Centro Social Dom João Costa (CSDJC)
História
O Centro Social Dom João Costa foi fundado em 10 de julho 1969, pelas Religiosas da Instrução Cristã, no Bairro do Alto José do Pinho, Recife/PE, e é uma associação civil de natureza confessional, beneficente e filantrópica, sem fins lucrativos, de caráter educacional, cultural e de assistência social.
Missão:
- O Centro Social Dom João Costa tem por missão a valorização e promoção das pessoas.
Visão:
- Transformar o Centro Social Dom João Costa em uma organização autossustentável e atuante em outros Estados brasileiros, tendo em vista o estender-se e multiplicar-se sonhado por Madre Agathe, ampliando assim o atendimento as pessoas, as famílias e as comunidades.
Valores:
- Revelar a face atual do Cristo educador; Duc in Altum – Avançar para águas mais profundas (Lc. 5,4);
- Respeito e acolhimento à pessoa humana como imagem e semelhança de Deus;
- Tudo fazer bem com amor e alegria, competência e ousadia;
- Diálogo, escuta e discernimento;
- Observância do direito e a prática da justiça;
- Educar com firmeza e afeto; Comprometimento, ética e transparência.
Eixos de atuação:
- Promoção e garantia de direitos;
- Assistência social;
- Cultura.
O Centro Social Dom João Costa, além da unidade do Alto José do Pinho, a partir de 2009, iniciou uma unidade na Vila Santa Luzia, no bairro da Torre. São mais de cinco décadas agindo preventivamente na vida de crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, assim como intervindo em suas famílias e promovendo qualidade de vida nas duas comunidades.
A sustentabilidade da Instituição é feita através de parcerias com empresas, e pessoas que colaboram de diversas formas e junto conosco nos ajudam a manter projetos de sucesso e contribuir com o crescimento de várias pessoas que hoje fazem a diferença no mundo.
Organograma do CSDJC
Dom João Costa
ONDE ATUAMOS
A Região Metropolitana do Recife é formada por 14 municípios e o seu desenvolvimento econômico, social e político não é hegemônico tendo entre os mesmos municípios níveis diferenciados de desenvolvimento, potencialidades ou mesmo problemas. O município do Recife tem uma população estimada em mais de 1.599.513 habitantes, correspondendo a 45% da população da Região Metropolitana do Recife. É subdividido em seis RPAs – Regiões Político-Administrativas, estando o bairro do Alto José do Pinho na RPA 3, o qual é destacado por uma forte desigualdade social caracterizando-se de um lado por prédios, casas, Shoppings e por outras diversas comunidades de baixa renda, assentamentos espontâneos, denominados de ZEIS (Zonas Especiais de Interesses Sociais).
Segundo dados do Censo Demográfico de 2005 (IBGE), que aferiu pela primeira vez a situação socioeconômica dos bairros do Recife, o bairro do Alto José do Pinho e a comunidade da Vila Santa Luzia são cenários de uma grande disparidade econômica e social, sendo fácil constatar esta informação com uma breve apresentação de alguns indicadores sociais e econômicos reconhecidos e utilizados internacionalmente como determinantes dos indicadores de desenvolvimento humano. Por exemplo, no Alto José do Pinho a renda média mensal dos responsáveis pelos domicílios fica era de R$ 297,08, estando entre os 20 bairros com os menores números para este índice. Ainda sobre o perfil do Alto José do Pinho, pode-se afirmar que o mesmo conta com uma população de 12.334 habitantes, 3.510 domicílios, com uma área: 41 hectares e com densidade demográfica de 298,40 habitantes, a população feminina é de 6.717 para uma população masculina de 5.617. A proporção de mulheres responsáveis pelo domicílio é de 54,46% e de homens é 45,54%. 42,5% das crianças pertencem a famílias com renda inferior a meio salário mínimo e 11,9% das adolescentes com idades entre 15 e 17 anos já possuem filhos. Outro dado alarmante trata da distribuição de renda, pois dividindo a população entre os 80% mais pobres e os 20% que restam (os mais ricos), pode-se verificar que os mais pobres tinham uma renda média de R$ 161,15, enquanto que os mais ricos tinham uma renda média de R$ 430,18, ou seja, 80% da população mais pobre recebe 37,5% do que recebem os 20% mais ricos do mesmo bairro.
Os dados da Vila Santa Luzia só são visualizados se for levado em consideração a Unidade de Desenvolvimento Humano (UDH) a qual esta comunidade faz parte (UDH - Madalena/Torre). Esta UDH conta com 29.339 habitantes (sendo 44,23% homens e 55,77% mulheres) distribuídos em 1,9 km² e 7.732 domicílios todos localizados em Zonas Especiais de Interesse Social ou outras áreas pobres. A densidade demográfica é de 15,4 hab/m² e a proporção de mulheres responsáveis por domicílios é de quase a metade (51,4% das casas tem mulheres como responsáveis). A Vila Santa Luzia está listada entre as áreas pobres do bairro da Torre. Dividindo a população da UDH – Madalena/Torre em dois grupos, sendo o Grupo 1 composto por 80% dos moradores mais pobres e o Grupo 2 pelos habitantes que restam (20% mais ricos), a renda média era: Grupo 1 = R$ 154,42 e a do Grupo 2 = R$ 654,85. Ou seja, a renda média do Grupo 1 corresponde a 23,5% da renda média do Grupo 2. A vulnerabilidade dos habitantes desta comunidade pode ser averiguada a partir de dados como o índice de adolescentes com idades entre 15 e 17 anos que já são mães (13,5%), o índice de crianças que compõem famílias com renda inferior a meio salário mínimo (51,4%) e o índice de pobres (38,1%) – são consideradas pobres pessoas com renda per capita domiciliar inferior a meio salário mínimo, ou seja inferior a R$ 75,50.
Os dados são similares e apontam basicamente os mesmos problemas sociais nas duas comunidades, uma vez que estes têm no fundo a mesma origem, especialmente aqueles relacionados à falta de moradia, carência de infraestrutura ou subemprego e desemprego, para citar alguns.
A origem destes problemas está, em parte, pela forma com que o solo urbano foi historicamente ocupado, tendo recebido um contingente significativo da população vinda do campo para a cidade em busca de melhores condições de vida. A partir do encontro de um local para a moradia, mesmo de forma precária, elevando os índices de ocupações irregulares, surgem outras demandas pela busca da sobrevivência que encontram no trabalho informal e precário a solução.
Se estes problemas afetam significativamente setores mais estruturados da economia ou mesmo públicos mais tradicionais, eles têm um impacto forte na vida e nas perspectivas de um segmento ainda sem muita expressão política, mas com forte tradução numérica que são as crianças, adolescentes e jovens.
Essa camada da população enfrenta ainda dificuldades no acesso à educação e ao trabalho. Com relação à educação, dados do Censo Escolar de Pernambuco - 2002 apontam que há um número elevado de crianças, adolescentes e jovens com distorção idade/série. Além disso, muitos jovens não conseguem chegar ao ensino médio e menos ainda à Universidade. Segundo dados do Atlas de Desenvolvimento Humano Municipal produzido pela Prefeitura do Recife, a média de anos de estudo é de 6,7 anos na UDH – Madalena/Torre e 5,3 no Alto José do Pinho. É verdade que o acesso dos jovens à Universidade tende a melhorar com a implementação de algumas políticas públicas recentes. No entanto, se as condições do acesso e permanência à escola não mudarem, estas políticas não terão o sucesso esperado.
No que diz respeito ao trabalho, a situação ainda é mais difícil. No passado, o primeiro emprego representava a possibilidade de o jovem construir a sua trajetória profissional ao longo da vida. Atualmente, isso não é mais assim, pois além de serem escassas as ofertas de trabalho, elas são, muitas vezes, temporárias e nas mais diferentes situações. Soma-se ás características das vagas ofertadas o alto nível de exigência no que diz respeito ao perfil profissional dos candidatos.
Diante desse quadro, o contexto político e social do bairro do Alto José do Pinho e da comunidade da Vila Santa Luzia é desafiado a dar conta da manutenção dos direitos sociais conquistados com a sua “Constituição Cidadã”. Há anos fala-se em investimentos no combate à pobreza e na melhoria das condições de vida da população, mas muito ainda tem que ser feito para diminuir as desigualdades sociais e econômicas e contribuir com a dignidade de pessoas.